A Quinta da Regaleira em Sintra, é um dos lugares mais visitados desta bela Vila Medieval. Aqui a sua grande atração, além dos belos jardins labirínticos, é um Poço de Iniciático, um lugar de cortar a respiração e que celebra a sua ligação histórica aos misteriosos Cavaleiros Templários.
Esta propriedade de conto de fadas faz parte área protegida que integra a paisagem Património Mundial da Unesco, a Quinta da Regaleira é uma mistura perfeita de arquitetura gótica, egípcia, mourisca e renascentista. Mas é o que está sob os seus jardins que realmente diferencia o design da propriedade. Um par de poços, chamados Poços Iniciático e Poço Imperfeito, o primeiro com 30 metros de altura e vários patamares que desce em espiral nas profundezas da terra, o segundo, mais pequeno sem escadas ou patamares, rustico e rudimentar mas também cheio de simbolismo, ambos como torres invertidas. Os poços nunca foram usados para recolher água. Em vez disso, faziam parte de um misterioso ritual de iniciação dentro da tradição dos Cavaleiros Templários.
Após a conquista de Sintra por D. Afonso Henriques, e em agradecimento aos Cavaleiros Templários, o rei doou vários terrenos a esta Ordem, incluindo terrenos onde hoje se situa a Quinta da Regaleira, e onde na época era realizados rituais de iniciação á Ordem do Templo.
O Monteiro dos Milhões
A Quinta da Regaleira teve muitos proprietários ao longo das décadas, mas foi António Augusto Carvalho Monteiro, na época um dos homens mais ricos de Portugal no virar do século XX, que fez da quinta o que ela é hoje.
Carvalho Monteiro nascido no Rio de Janeiro e filho de pais portugueses que cedo o trouxeram para Portugal. Herdeiro de uma grande fortuna familiar multiplicada no Brasil com o monopólio do comercio de cafés e pedras preciosas. Estudou na Universidade de Coimbra e era detentor de uma das melhores bibliotecas particulares do país e tinha também um profundo interesse, e possivelmente foi um iniciado da Maçonaria Templária, pelo facto de ser também um grande conhecedor da simbologia maçónica e templária.
Embora se acredite que o grupo se tenha dissolvido há 700 anos, certos grupos, como os maçons, reavivaram os rituais e tradições do grupo medieval séculos depois. Com o arquiteto e cenógrafo Luigi Manini, Carvalho Monteiro criou entre 1904 e 1910 um imóvel repleto de simbolismo pagão e cristão.
Acredita-se que as iniciações templárias na Quinta da Regaleira começavam com os candidatos que entravam com os olhos vendados no chamado Poço iniciático. Segurando uma espada perto do coração, desciam nove lances de escadas – um número que representa os nove fundadores da Ordem do Templo, pois seriam oito cavaleiros e um mestre.
Ao chegar ao fundo do poço, o candidato entraria num labirinto escuro, representando a entrada nas trevas e onde simbolicamente e literalmente encontraria o caminho para a luz, pois sem trevas não há luz. Se conseguissem atravessar a torre do poço e entrar na luz do Sol, os iniciados caminhariam sobre as pedras na água para chegar à capela, onde seriam recebidos na irmandade, estaria assim concluído o ritual.
Há muito que estas iniciações templárias já não acontecem na Quinta da Regaleira devido á massividade de visitantes, estes são bem-vindos e convidados a seguir os passos dos candidatos do passado, experimentando uma viagem pelos tuneis, aos mitos ocultos e à História de Portugal. Este é um dos lugares de paragem nos nossos passeios para quem visita Sintra.
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